Crime em família: frigorífico é alvo por suspeita de sonegar R$ 779 milhões em MS
22/10/2025
(Foto: Reprodução) Operação DNA Fiscal
Divulgação/ Polícia Civil
A Polícia Civil realizou uma operação nesta quarta-feira (22) contra um grupo criminoso ligado a uma família do setor frigorífico, em Nioaque (MS). A investigação aponta um esquema de sonegação de R$ 779 milhões em impostos. Segundo o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), os suspeitos são investigados por lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra pessoas e empresas ligadas ao grupo investigado, em Nioaque e Maringá, no interior do Paraná.
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Segundo a investigação, as empresas sonegavam impostos ao declarar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), mas não faziam o pagamento. Com o acúmulo das dívidas, os suspeitos abriam novas empresas para continuar com o esquema. Os negócios seguiam no mesmo endereço e mantinham fornecedores e funcionários. Assim, as atividades ilegais eram mantidas, apenas com um novo nome.
Conforme as investigações, o grupo se dividia em três núcleos:
Núcleo Gerencial: formado pelos verdadeiros administradores, que controlavam as empresas sem aparecer formalmente nos registros;
Núcleo de “Laranjas”: constituído por pessoas com baixa renda, que eram colocadas como sócias para esconder os reais donos do negócio;
Núcleo Financeiro: cuidava da movimentação de dinheiro vivo e da ocultação de bens, usando pessoas e empresas de fachada para dificultar o rastreamento.
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O esquema era repetido com uso de empresas de fachada, falsas sucessões empresariais e movimentações suspeitas com dinheiro vivo. Segundo a investigação, o valor sonegado por mês pela empresa era de cerca de R$ 1 milhão.
Operação mira esquema em família
A operação foi batizada de "DNA Fiscal", nome que faz referência à estrutura familiar do grupo, que seria comandado por parentes ao longo de décadas. A sigla “DNA” simboliza tanto o vínculo entre os envolvidos quanto a repetição do esquema entre gerações.
A Justiça também autorizou a quebra de sigilo fiscal, bloqueio de bens, acesso aos dados de celulares e computadores apreendidos, além do compartilhamento das provas com a Procuradoria Geral de Mato Grosso do Sul (PGE-MS) e a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz).
A investigação contaram com apoio técnico da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-MS) e da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MS). Além do DRACCO, participaram da operação equipes da Delegacia de Polícia de Nioaque e da Divisão Especializada no Combate à Corrupção de Maringá (DECCOR-PR). O caso segue em investigação.
*Estagiário sob supervisão de José Câmara.
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