STF autoriza transferência de Ronnie Lessa para presídio em Brasília
19/11/2025
(Foto: Reprodução) Ronnie Lessa durante delação à PF
Reprodução/TV Globo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou a transferência de Ronnie Lessa para a Penitenciária do Distrito Federal IV, em Brasília. Assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Lessa foi condenado a mais de 78 anos de prisão e cumpre pena em Tremembé, no interior de São Paulo.
O g1 apurou que a defesa de Ronnie Lessa chegou a fazer uma inspeção no presídio onde ele está atualmente, em Tremembé, e solicitou a transferência para Brasília.
Na ocasião, no início deste ano, a defesa de Lessa pediu a transferência dele para o Centro de Internamento e Reeducação da Fazenda da Papuda, em Brasília.
No entanto, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária apontou superlotação de 151% na unidade e definiu como opção a Penitenciária IV do Distrito Federal.
Assista a íntegra da sentença que condenou Ronnie Lessa e Élcio Queiroz pelo assassinato de Marielle e Anderson
Ainda segundo apurou o g1, Moraes já havia indeferido um pedido da defesa de Ronnie Lessa para transferência anteriormente. Em outubro, os advogados dele apontaram que ele estava isolado e a situação expunha sua integridade física e psicológica.
Com o novo pedido, o ministro do STF reconsiderou a decisão anterior e deferiu o pedido, autorizando a transferência de Lessa para Brasília. Ainda não há uma data para a transferência.
O g1 acionou o advogado de defesa de Ronnie Lessa e aguarda um retorno. A matéria será atualizada assim que houver uma posição.
Condenação
No dia 30 de outubro de 2024, Ronnie Lessa foi condenado pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro a 78 anos e 9 meses de prisão. O também ex-PM, Élcio Queiroz, foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão.
Como firmaram acordos de delação premiada, no entanto, os tempos de execução de pena serão reduzidos.
Ronnie e Élcio foram enquadrados nos seguintes crimes:
duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima)
tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado e prestou depoimento.
receptação do Cobalt prata, clonado, que foi usado no crime
R$ 3,5 milhões em indenizações
Além da prisão, Lessa e Élcio terão que pagar:
uma pensão, até os 24 anos, para o filho de Anderson, Arthur;
R$ 706 mil de indenização por dano moral para cada uma das vítimas — Arthur, Ághata, Luyara, Mônica e Fernanda Chaves. As indenizações somam R$ 3.530.000 para os dois dividirem
custas do processo.
Além disso, a Justiça manteve a prisão preventiva deles, negando o direito de recorrer em liberdade.
Trajeto dos assassinos de Marielle Franco
Editoria de arte/g1
Prisão no interior de SP
Lessa chegou à P1 de Tremembé no dia 20 de junho de 2024. Cerca de três semanas depois de chegar ao presídio, Lessa concluiu o período de observação, mas seguiu isolado dos demais presos por medidas de segurança.
No presídio do interior paulista, Ronnie Lessa seguia isolado dos demais presos, sem ter contato algum com outros detentos. Ele vivia em uma cela chamada de ‘seguro’.
Antes de vir para Tremembé, o ex-policial militar estava na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e solicitou, em acordo de delação, para ser levado para o complexo prisional de Tremembé.
Penitenciária Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé
Laurene Santos/TV Vanguarda
193 anos de prisão
O ex-policial militar Ronnie Lessa soma 193 anos e 11 meses em penas nas Justiças estadual e federal. Ele foi preso em 12 de março de 2019.
No entanto, o acordo de delação pela confissão dos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes prevê que ele só poderá cumprir pena em regime fechado até março de 2037. Pelo que foi assinado, existe a unificação dos processos a que Lessa responde na Justiça estadual e federal.
Quando o acordo foi assinado por Lessa, representantes da Polícia Federal, Procuradoria Geral da República e Ministério Público do Rio, ficou acordado que, após essa data, ele ainda terá que cumprir dois anos em regime semiaberto, podendo sair durante o dia e voltando para dormir à noite na cadeia.
Para que a delação seja mantida, é preciso que Lessa não tome punições graves enquanto estiver preso. Caso se descubra que Lessa mentiu ou escondeu provas a respeito de algum dos casos citados no acordo, ele será desfeito.
Ronnie Lessa é fotografado para registro em penitenciária de segurança máxima em SP
Reprodução
Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina